Cia Aérea de Cargas
quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012
Aeroportos Privatizados Guarulhos (SP), Viracopos (SP) e Brasília (DF)
Os concessionários que vencerem nesta segunda-feira a disputa pelos aeroportos de Guarulhos (SP), Viracopos (SP) e Brasília (DF) deverão investir cerca de R$ 16 bilhões nos três aeroportos durante a concessão, sendo cerca de R$ 2,9 bilhões antes da Copa do Mundo de 2014. Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), os três aeroportos juntos respondem por 30% do trânsito de passageiros no Brasil, por 57% das cargas e por 19% da movimentação de aeronaves. Confira a seguir os dados dos aeroportos e das concessões:
Guarulhos
Quem vencer vai operar o aeroporto por 20 anos e terá de investir R$ 4,6 bilhões, dos quais R$ 1,38 bilhão antes da Copa do Mundo de 2014. O lance mínimo para levar o aeroporto é de R$ 3,4 bilhões.
Brasília
A concessão vale por 25 anos e exigirá do titular investimento de R$ 2,8 bilhões. Do total, R$ 626,5 milhões devem ser aportados antes de 2014. O preço mínimo de outorga é de R$ 582 milhões.
Viracopos
Ao longo dos 30 anos de concessão, o vencedor do leilão terá de investir R$ 8,7 bilhões no aeroporto localizado em Campinas, interior de São Paulo, sendo R$ 873 milhões até a Copa. O piso para outorga é de R$ 1,47 bilhão.
Entenda
De olho na Copa do Mundo de 2014 e nas Olimpíadas de 2016, a administração da presidente Dilma Rousseff conta com os recursos e a gestão de empresas privadas brasileiras e operadoras internacionais de aeroportos para realizar os necessários investimentos nos terminais. A presença de companhias de fora do Brasil foi uma exigência do edital, ao estabelecer que cada consórcio tivesse um operador que tenha transportado ao menos 5 milhões de passageiros no ano passado.
A estatal Infraero, atualmente responsável pelos aeroportos no Brasil, será sócia dos concessionários privados, com participação de 49% nos terminais. Para o aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, o preço mínimo estipulado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e pela Secretaria de Aviação Civil foi de R$ 3,4 bilhões. Para Viracopos, em Campinas, o piso será de R$ 1,47 bilhão, enquanto para Brasília o edital estipula R$ 582 milhões.
Os três aeroportos têm prazo de concessão diferentes. São 20 anos para Guarulhos, 25 anos para Brasília e 30 anos para Viracopos. Além da outorga, os concessionários terão que ceder um percentual da receita bruta ao governo, dinheiro que irá para um fundo cujos recursos serão destinados ao fomento da aviação regional.
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) vai financiar até 80% do investimento total previsto no edital do leilão para os três aeroportos. O prazo do empréstimos será de até 15 anos para os terminais de Guarulhos e de Brasília e de até 20 anos no caso de Viracopos.
INFRAERO, ANAC E MP PRETENDEM REVER TERCEIRIZAÇÃO EM AEROPORTOS DO RIO
INFRAERO, ANAC E MP PRETENDEM REVER TERCEIRIZAÇÃO EM AEROPORTOS DO RIO
Representantes da Infraero e do Ministério Público Federal do Trabalho (MPFT) comprometeram-se a estudar, junto com a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), normas para que o serviço terceirizado nos aeroportos do Rio não entre em conflito com as leis trabalhistas em vigor. O compromisso foi assumido nesta segunda-feira (22/03), em audiência pública da Comissão de Trabalho, Legislação Social e Seguridade Social da Assembleia Legislativa do Rio, presidida pelo deputado Paulo Ramos (PDT), onde foi discutida a terceirização no setor. “Existem atividades que devem ser exercidas diretamente, e não através de funcionários contratados de outras empresas. Precisamos superar essa situação que vem gerando diversos processos e tem mobilizado frequentemente o Ministério Público. Hoje, constatamos uma grande dificuldade em saber de quem é a responsabilidade na fiscalização desses terceirizados nos aeroportos”, justificou Ramos. (Sonora do deputado Paulo Ramos (PDT): http://alerj.posterous.com/deputado-paulo-ramos-pdt-fala-sobre-terceiriz) Segundo o deputado, a Infraero diz que esta responsabilidade é da Anac e a agência afirma que quem deve fiscalizar é a Infraero. “Por isso, no próximo dia 12 de abril, iremos nos reunir novamente, para que todas as partes possam se entender”, salientou o pedetista, que lamentou a ausência de representantes da Anac na audiência. Já o Ministério Público do Trabalho apresentou algumas medidas contra as empresas irregulares. “O MP recebeu algumas denúncias ligadas a empresas e tomou posicionamentos. No caso da Delta, por exemplo, já houve sentença de primeiro grau favorável ao MP, impedindo a terceirização das atividades de check-in, recepção de bagagem e transporte de passageiros. No caso da Air France, foi assinado um termo de compromisso para acabar com a terceirização e admitir esses terceiros como funcionários da empresa”, informou a procuradora Guadalupe Louro Turos Couto, representando o MPFT. A procuradora também disse que não são apenas as empresas que estão irregulares. Ela explica que a Anac conta com uma portaria em seu Regulamento Interno determinando que somente os serviços auxiliares podem ser terceirizados. Porém, segundo o Ministério Público do Trabalho, essa é uma regulamentação ilegal. “É competência privativa da União legislar sobre Direito do Trabalho. Portanto, não cabe à Anac emitir uma portaria dizendo o que pode ser terceirizado ou não. Na esfera judicial, a gente sempre requer a Declaração de Inconstitucionalidade Incidental”, completou Guadalupe. Questionado, o superintendente regional da Infraero, Willer Larry Furtado, admitiu que a empresa não é responsável pela fiscalização dos terceirizados, mas concordou que a melhor saída é uma solução conjunta para normatizar o serviço. “O responsável pela fiscalização é quem contrata. A Infraero é apenas administradora dos aeroportos; o órgão responsável por fiscalizar as empresas aéreas é a Anac”, assegurou. A Comissão de Trabalho pretende voltar a se reunir com o Ministério Público Federal do Trabalho, com a Infraero e, desta vez, também com a Anac, no dia 12 de abril, às 15h, no MPFT.
terça-feira, 18 de outubro de 2011
Assembléia Geral Extraordinária - Constituição da LACA S.A
A data da primeira assembléia de constituição da LACA S.A será realizada após atingir o capital mínimo de investimentos do menor consórcio (Grupo I).
Obs: A integralização de quaisquer montante de investimentos será requerido apenas após assembleia de constituição, portanto o valor informado dos investimentos de cada acionista será apenas para prescrição de capital.
quinta-feira, 1 de setembro de 2011
A LACA S.A atuará em todo o território nacional utilizando os aeroportos listados e complementando sua logística com parcerias rodoviárias
Acre
• Aeroporto Internacional de Cruzeiro do Sul (CZS/SBCZ) - Cruzeiro do Sul
• Aeroporto Internacional Presidente Médici (RBR/SBRB) - Rio Branco
Alagoas
• Aeroporto Internacional Zumbi dos Palmares (MCZ/SBMO) - Maceió
• Aeroporto de Arapiraca (APQ/SNAL) - Arapiraca
• Aeroporto de Penedo (***/SNPE) - Penedo
Amapá
• Aeroporto Internacional de Macapá (MCP/SBMQ) - Macapá
Amazonas
• Aeroporto de Tefé (TFF/SBTF) - Tefé
• Aeroporto Internacional de Tabatinga (TBT/SBTT) - Tabatinga
• Aeroporto Internacional Eduardo Gomes (MAO/SBEG) - Manaus
Bahia
• Aeroporto de Bom Jesus da Lapa (LAZ/SBLP) - Bom Jesus da Lapa
• Aeroporto Jorge Amado (IOS/SBIL) - Ilhéus
• Aeroporto de Paulo Afonso (PAV/SBUF) - Paulo Afonso
• Aeroporto Internacional Dep. Luís Eduardo Magalhães (SSA/SBSV) - Salvador
Ceará
• Aeroporto Internacional Pinto Martins (FOR/SBFZ) - Fortaleza
• Aeroporto Regional do Cariri (JDO/SBJU) - Juazeiro do Norte
Distrito Federal
• Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek (BSB/SBBR) - Brasília
Espírito Santo
• Aeroporto Eurico de Aguiar Salles (VIX/SBVT) - Vitória
Goiás
• Aeroporto Santa Genoveva (GYN/SBGO) - Goiânia
•
Maranhão
• Aeroporto de Imperatriz (IMP/SBIZ) - Imperatriz
• Aeroporto Internacional Marechal Cunha Machado (SLZ/SBSL) –
• Aeroporto de Alcântara (QAH/SNCW) - Alcantara
Mato Grosso
• Aeroporto Internacional Marechal Rondon (CGB/SBCY) - Várzea Grande/Cuiabá
Mato Grosso do Sul
• Aeroporto Internacional de Campo Grande (CGR/SBCG) - Campo Grande
• Aeroporto Internacional de Corumbá (CMG/SBCR) - Corumbá
• Aeroporto Internacional de Ponta Porã (PMG/SBPP) - Ponta Porã
Minas Gerais
• Aeroporto Ten.-Cel. Av. César Bombonato (UDI/SBUL) - Uberlândia
• Aeroporto Internacional Tancredo Neves (CNF/SBCF) - Confins/Belo Horizonte
• Aeroporto de Montes Claros (MOC/SBMK) - Montes Claros
• Embaixador Walther Moreira Salles (POO/SBPC) - Poços de Caldas
• Aeroporto Mário de Almeida Franco (UBA/SBUR) - Uberaba
• Aeroporto Coronel Altino Machado (GVR/SBGV) - Governador Valadares
• Aeroporto de Ipatinga (IPN/SBIP) - Ipatinga
• Aeroporto de Patos de Minas (POJ/SNPD) - Patos de Minas
• Aeroporto Francisco de Assis (JDF/SBJF) - Juiz de Fora
• Aeroporto de Ubá (SNUB) - Ubá
Pará
• Aeroporto de Altamira (ATM/SBHT) - Altamira
• Aeroporto Internacional de Belém/Val de Cans (BEL/SBBE) - Belém
Paraíba
• Aeroporto Internacional Presidente Castro Pinto (JPA/SBJP) - João Pessoa
• Aeroporto Presidente João Suassuna (CPV/SBKG) - Campina Grande
Paraná
• Aeroporto de Londrina (LDB/SBLO) - Londrina
• Aeroporto Internacional Afonso Pena (CWB/SBCT) - São José dos Pinhais/Curitiba
• Aeroporto do Bacacheri (BFH/SBBI) - Curitiba
• Aeroporto Internacional Cataratas (IGU/SBFI) - Foz do Iguaçu
• Aeroporto Regional Silvio Name Junior (MGF/SBMG) - Maringá
Pernambuco
• Aeroporto de Petrolina (PNZ/SBPL) - (Petrolina)
• Aeroporto Internacional dos Guararapes Gilberto Freyre (REC/SBRF) - Recife
• Aeroporto de Fernando de Noronha(FEN) - Fernando de Noronha
Piauí
• Aeroporto Internacional Prefeito Dr.João Silva Filho (PHB/SBPB) - Parnaíba
• Aeroporto Senador Petrônio Portella (THE/SBTE) - Teresina
Rio de Janeiro
• Aeroporto de Campos dos Goytacazes (CAW/SBCP) - Campos dos Goytacazes
• Aeroporto de Macaé (MEA/SBME) - Macaé
• Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro - Antônio Carlos Jobim (GIG/SBGL) - Rio de Janeiro
• Aeroporto Santos Dumont (SDU/SBRJ) - Rio de Janeiro
• Aeroporto de Jacarepaguá (***/SBJR) - Rio de Janeiro
Rio Grande do Norte
Infraero
• Aeroporto Internacional Augusto Severo (NAT/SBNT) - Parnamirim/Natal
• Aeroporto Internacional da Grande Natal - São Gonçalo do Amarante
• Aeroporto de Macau (SNMC) Macau
• Aeroporto Dix-Sept Rosado (MVF/SBMS) - Mossoró
Rio Grande do Sul
• Aeroporto Internacional Comandante Gustavo Kraemer (BGX/SBBG) - Bagé
• Aeroporto Internacional de Pelotas (PET/SBPK) - Pelotas
• Aeroporto Internacional Salgado Filho (POA/SBPA) - Porto Alegre
• Aeroporto Internacional Rubem Berta (URG/SBUG) - Uruguaiana
Rondônia
• Aeroporto Internacional Governador Jorge Teixeira (PVH/SBPV) - Porto Velho
• Aeroporto José Coleto (JPR/SWJI) - Ji-Paraná
Roraima
• Aeroporto Internacional de Boa Vista - Atlas Brasil (BVB/SBBV) - Boa Vista
Santa Catarina
• Aeroporto Internacional Hercílio Luz (FLN/SBFL) - Florianópolis
• Aeroporto Internacional Ministro Victor Konder (NVT/SBNF) - Navegantes
• Aeroporto Lauro Carneiro de Loyola (JOI/SBJV) - Joinville
• Aeroporto de Forquilhinha (CCM/SBCM) - Forquilhinha/Criciúma
São Paulo
• Aeroporto Campo de Marte (MAE/SBMT) - São Paulo
• Aeroporto de Congonhas/São Paulo (CGH/SBSP) - São Paulo
• Aeroporto Internacional de São Paulo-Guarulhos (GRU/SBGR) - Guarulhos / São Paulo
• Aeroporto Internacional de Viracopos-Campinas (VCP/SBKP) - Campinas
• Aeroporto de São José dos Campos (SJK/SBSJ) - São José dos Campos
Sergipe
• Aeroporto Internacional de Aracaju (AJU/SBAR) - Aracaju
• Aeroporto de Propriá (SNOP) - Propriá
Tocantins
• Aeroporto de Palmas (PMW/SBPJ) - Palmas
• Aeroporto de Gurupi (GRP/SWGI) - Gurupi
• Aeroporto de Paraíso do Tocantins (SWTO) - Paraíso do Tocantins
sábado, 27 de agosto de 2011
BOEING B747 JUMBO - O MAIS UTILIZADO PARA CARGAS EM TODO O MUNDO
O Boeing 747, apelidado de Jumbo, é uma aeronave quadrimotor civil de grande porte para o transporte de passageiros e cargas, fabricado pela norte-americana Boeing. É o avião mais utilizado no transporte de cargas em todo o mundo, por possuis excelentes dimensões e custo benefício.
Na década de 1960 a força aérea dos Estados Unidos lançou uma concorrência para um novo modelo de avião para transporte pesado e de alcance estendido. A Boeing apresentou o seu projeto, mas não foi a vencedora.
Restou ao fabricante oferecer a aeronave para uso civil, e assim nasceu o modelo 747, com capacidade duas vezes e meia superior ao maior modelo em uso na época.
As 25 primeiras encomendas foram feitas pela Pan Am, seguidas por Lufthansa e JAL
Seu lançamento ocorreu em 1966, e o primeiro vôo em 1969. Em janeiro de 1970 fez sua estréia em vôos comerciais, cruzando o Atlântico nas cores da Pan Am, inaugurando assim a era dos wide-body, ou fuselagem larga, com dois corredores de poltronas.
Modelos e configurações
- Boeing 747-100 - Primeiro modelo fabricado.
- Boeing 747-200 - Lançado em 1971, com novos motores e maior capacidade.
- Boeing 747-300 - Maior capacidade, até 400 passageiros.
- Boeing 747-400 - Estreou em 1985, com um aumento na capacidade, novos motores, aviônicas e instalação de winglets.
- Boeing 747-8 - Ainda nas pranchetas, mas com encomendas, é uma super remodelação no veterano avião, que utiliza materiais compostos e aviônica desenvolvida para a linha 787. Terá as versões para cargas e passageiros.
O 747-400, a única versão ainda fabricada, mas com vendas suspensas (dado o desenvolvimento do projeto B747-8), foi a que recebeu a maior quantidade de inovações técnicas e a introdução de novos materiais que permitiram uma significativa redução de peso e, como consequência, redução no consumo de combustível, além da adopção de motores mais silenciosos e de manutenção mais barata.
Entrou em serviço em 1989, tendo a Northeast Airlines como seu primeiro cliente. Esta versão modernizada possui capacidade máxima de até 580 passageiros, em configuração de classe única, comprimento de 70,7 metros, envergadura de 64,4 metros, velocidade de 939 km/h, e capacidade de carga de 412,8 toneladas.
Curiosidades
- Por ser chamado de "Jumbo", o 747, sem querer, originou o apelido de "Superjumbo" ao Airbus A380.
- Conta com dois andares, porém apenas na parte frontal da fuselagem.
- Foi o maior avião de passageiros do mundo, até o advento do Airbus A380.
- É utilizado pela Nasa para transportar seus ônibus espaciais.
- No Brasil foi operado pela Varig, nas suas linhas internacionais.
- A Boeing, ao contrário da Airbus, crê que o futuro da aviação está em aeronaves menores que o 747, como por exemplo o birreator 787.
Segurança
É um avião muito seguro, mas detém o título do pior acidente da história da aviação mundial, ocorrido no aeroporto de Tenerife, nas Ilhas Canárias, porém, por falha humana.
Dois Boeings 747, um da companhia holandesa KLM e outro da americana Pan Am, colidiram na tarde de 27 de março de 1977. O holandês decolava, o americano taxiava, em pista com denso nevoeiro quando o piloto da KLM tentou decolar inadvertidamente e, sem visual, colidiram, deixando um saldo de 585 mortos.
O 747 Também participou do segundo pior desastre aéreo ,em 12 de Agosto de 1985 o vôo 123 da JAL(Japan Airlines) , O Avião saiu de Tóquio em direção a Osaka,a cauda se desprendeu do avião e o mesmo ficou sem o estabilizador vertical e com danos nos controles hidráulicos da aeronave,apesar disso,o avião sofreu descompressão, o piloto conseguiu manter o avião no ar durante 30 minutos até ele se chocar com o Monte Takamagahara a 100km de Tóquio. Dos 524 passageiros,520 ficaram sem vida, 4 sobreviveram.
quinta-feira, 25 de agosto de 2011
O TRANSPORTE AÉREO DE CARGAS NO BRASIL: CENÁRIO & TENDÊNCIAS
Introdução
Quando se trata de uma atividade de transporte aéreo, não se pode prescindir de uma análise do cenário globalizado, haja vista a quase não existência de fronteiras limitadoras das atividades desse modal.
Com informações recentes obtidas junto à IATA (International Air Transport Association) e ICAO (International Civil Aviation Organization), através de uma visita técnica pelo autor deste trabalho aos seus escritórios-sede em Montreal, Canadá, foi possível delinear um horizonte que se estenda pelos próximos anos (2002-2005) e que estabeleça as possíveis tendências das operações aéreas no Brasil, quer de passageiros como de cargas.
Esta breve análise abordará os seguintes tópicos:
· A Economia Mundial e a Situação do Brasil
· A Aviação e o Mercado Financeiro
· A Estruturação Estratégica da Aviação
· A Roteirização das Cargas Aéreas
· Os Sistemas de Informação
· As "Ameaças" do Cenário Futuro
A Economia Mundial e a Situação do Brasil
É bastante nítida, nos dias atuais, a aceleração da globalização de todo o processo comercial e da privatização de diversos órgãos públicos que ocorre em inúmeros países. Isso significa uma facilitação para que empresas adquiram e mantenham seus próprios bens patrimoniais no exterior, a custos mais suportáveis e, conseqüentemente, em áreas cada vez mais abrangentes.
A economia mundial, ao que parece, tende a permanecer estável apesar de algumas "sombras" eventualmente surgirem no horizonte, como é o recente caso da crise econômica da Argentina e o desaquecimento da economia americana. A inflação brasileira, mesmo mantida sob algum controle, tenderá ao crescimento, haja vista que serão grandes as pressões sobre os preços do petróleo no mercado internacional e a conseqüente alta nos combustíveis, principalmente nos de maior valor agregado, como é o caso do querosene de aviação.
A indústria aeronáutica, por outro lado, terá um grande crescimento. Essa tendência é facilmente notada através das intenções de compra, a médio e a longo prazo, de aeronaves e sistemas que foram lançados nas últimas grandes feiras internacionais de aviação.
A liberalização do comércio internacional deverá, gradativamente, conquistar o planeta, apesar dos protestos por parte de alguns países. Os focos principais dessas mudanças estarão na forma da prestação de serviços e no desenvolvimento dos grandes blocos regionais de interesse comercial.
O Fundo Monetário Internacional (FMI) e os grandes bancos de fomento ao desenvolvimento tenderão a manter uma pressão norteadora das políticas econômicas, principalmente junto aos mercados emergentes, como o brasileiro.
Finalmente, pode-se afirmar que as políticas relativas ao meio-ambiente serão mais severas e de maior influência nas operações dos serviços de transporte que sejam consideradas prejudiciais (a aviação detém alguns elevados índices de poluição ambiental como níveis de ruído, contaminação das altas camadas da atmosfera e, no caso de acidentes, contaminação dos locais pelo combustível derramado ou pelos produtos radioativos de alguns equipamentos de bordo).
Esse quadro, portanto, induz à cautela: as empresas de transporte aéreo devem considerar seus investimentos nos atributos de capacidade de carga e desempenho das aeronaves, na conquista de um nicho em um espaço regionalizado das atividades de transporte de cargas e, principalmente, na captação de recursos e formas de pagamento.
A Aviação e o Mercado Financeiro
Segundo a IATA o movimento de passageiros deverá manter um crescimento anual entre 5 e 6%. Espera-se, também, que alguns países da América do Sul (principalmente o Brasil) e da Ásia, obtenham índices bem acima dessa previsão de valores.
O mercado de cargas aéreas, influenciado pelo e-commerce e pela conquista de novos clientes internacionais, deverá ter um crescimento ainda maior: acima de 7% ao ano. Pode-se, aqui, delinear também que esse cenário será dominado pelas empresas de transporte aéreo que tenham as condições operacionais que melhor atendam à demanda: equipamentos, custos e qualidade, assim:
· serão ainda mais necessárias as fusões entre empresas aéreas para a sua sobrevivência;
· as empresas de menor porte tenderão ao fechamento;
· as empresas aéreas serão envolvidas nos sistemas multimodais de transporte (através dos chamados "aeroportos industriais");
· novas aeronaves, cujo desempenho seja compatível com os custos operacionais e imposições ambientais tornarão, de forma rápida, obsoletas a grande maioria das hoje existentes no mercado.
Assim, pode-se concluir que o controle da agregação de custos aos serviços de transporte aéreo, reflexo das regulamentações sobre segurança, meio-ambiente, sindicatos e combustíveis, entre outros, deverá ter alta prioridade do Governo, para que não seja inviabilizada a conquista e a manutenção dessa atividade comercial que, a cada dia, se torna a mais disputada ferramenta no cenário do comércio mundial.
A Estruturação Estratégica da Aviação
Já são corriqueiras, nos dias de hoje, as "alianças" entre as grandes empresas aéreas (como, por exemplo, a Star Alliance da qual a VARIG faz parte). Com resultados comprovadamente positivos, a tendência dessas colusões será a de tornarem-se uma ferramenta comum no planejamento de cenários futuros ligados ao desenvolvimento das atividades de transporte aéreo. Suas características básicas, entretanto, deverão permanecer as mesmas, ou seja:
· a composição das associações permanecerá volátil, porém algumas empresas manter-se-ão firmes, direcionando os objetivos e as atividades do grupo (funcionando como core members );
· os escalões administrativos terão melhor integração e coordenação entre si, com isso adquirindo uma maior estabilidade, necessária ao desempenho operacional da aliança como um todo;
· Com essa sinergia adquirida, o foco poderá ser dirigido, de uma forma mais objetiva, ao processo de redução de custos através de uma mais eficaz aplicação de programas da qualidade.
A tendência na manutenção das unidades de negócios (internas) e a
terceirização das atividades não-essenciais poderá induzir as empresas aéreas a se tornarem grandes conglomerados funcionais (como, por exemplo, a EMBRAER, no município de São José dos Campos, SP).
Operadoras de transporte aéreo low-cost (utilizando aeronaves de modelos mais antigos, principalmente nas operações de transporte de carga) continuarão a surgir no cenário, também induzindo as grandes empresas a constituírem subsidiárias de semelhante configuração.
A consolidação das grandes empresas hoje existentes no mercado do transporte aéreo deverá dar-se pelas alternativas possíveis com relação às alianças:
· maior autonomia nas decisões empresariais, a nível regional, face ao relaxamento de instituições governamentais, responsáveis pelo setor, em processo de privatização (um exemplo, no Brasil, é a criação da Agência Nacional de Aviação Civil, com as funções do Departamento de Aviação Civil do Comando da Aeronáutica);
· normas internacionais menos rigorosas com relação ao estabelecimento de linhas aéreas (não permitindo exclusividades ou prioridades).
O transporte de cargas não deverá seguir as tendências das alianças entre empresas, à semelhança do transporte exclusivo de passageiros, ou mesmo misto, e apresentará um crescimento superior a este.
Finalmente, pode-se prever o desaparecimento do tratamento diferenciado entre empresas regulares e as de charter . Isso se explica pelo crescimento do número de vôos fretados e, conseqüentemente, à regularização dos seus horários e da adoção das atividades rotineiras pertinentes, como, por exemplo, o catering .
A Roteirização das Cargas Aéreas
As empresas aéreas, no cenário globalizado, buscarão o equilíbrio entre o desenvolvimento de novas rotas para o transporte de carga e a maximização dos meios disponíveis como uma forma de redução dos custos operacionais.
Para que isso ocorra, as empresas aéreas deverão:
· investir pesado no desenvolvimento do transporte de cargas fracionadas (denominado courier ), provocado pelo e-commerce;
· administrar a coleta, o despacho e a entrega de mercadorias como forma de reduzir os custos com os agentes de carga e despachantes aduaneiros;
· reduzir a participação, na formação escalar de preços, dos agentes de viagem;
· empregar softwares especiais nos cálculos das malhas aéreas e das malhas de distribuição em terra, assim obtendo as melhores opções possíveis para o emprego dos vetores de transporte.
Os Sistemas de Informação
O desenvolvimento acelerado do transporte aéreo de cargas, compondo um sistema, contribuirá também, de forma direta ou indireta, para com o progresso da tecnologia das informações, tais como:
· surgimento de novos softwares agilizadores do e-commerce, dos sistemas de reserva de passagens aéreas e do processamento e acompanhamento das cargas aéreas;
· automação do processo de check-in e do serviço de catering;
· agilização das informações logísticas entre empresas componentes de um aliança como fator maximizador do aproveitamento de espaços e assentos disponíveis.
As "Ameaças" dos Cenários Futuros
Como uma tendência global, a proteção ao meio-ambiente será o fator que maior terá influência no planejamento estratégico das empresas de transporte aéreo. Alguns exemplos:
· aumento das pressões governamentais sobre o controle dos níveis de ruído;
· o controle das emissões de gases poluentes na atmosfera terá maior rigor;
· as hoje diferentes posições adotadas internacionalmente, no que dizem respeito à proteção ambiental, tenderão a uma legislação padronizada e mais abrangente.
Conclusão
Este trabalho foi direcionado ao levantamento das possíveis tendências do transporte aéreo internacional, com seus reflexos no cenário brasileiro, fundamentado em uma pesquisa junto à IATA e analisado à luz da experiência do autor.
O dinamismo e a rapidez na evolução tecnológica da aviação poderá, entretanto, causar alguma dispersão ou desvio nas tendências apresentadas. Porém, uma certeza é inquestionável: o significativo crescimento, no período considerado, do transporte aéreo de cargas e o surgimento de aeroportos específicos para essas atividades, com uma maior integração do avião nas malhas multimodais de transporte de cargas.
Mapa do transporte no Brasil
A produtividade global do sistema de transporte aéreo de cargas brasileiro é ainda
mais baixo do que aquela encontrada para cada modal individualmente.
Explica-se: Ao fazer a opção pelo uso intensivo do modal rodoviário,
intrinsicamente menos produtivo, gera-se um pior desempenho no sistema de tranporte no Brasil.
Em uma pesquisa realizada com base nos sistemas de tranportes predominantes nos 10 países de maior extensão territorial do planeta, verificamos que o Brasil é o único optante pelo transporte rodoviário em sua predominância.
Temos neste gráfico o mapa do transporte de cargas no Brasil.
Assinar:
Postagens (Atom)